Cotidiano

Opinião: o carnaval da elite decadente de Santo André

Com ingressos a R$ 200, aconteceu na noite de sexta-feira (22) o Grito de Carnaval de uma famosa churrascaria andreense. Mais de 800 pessoas prestigiaram a festa que durou até altas horas.

Entre as atrações musicais, a apresentação de um renomado sambista carioca acompanhado de percussionistas e de uma ex-musa do axé nos anos 1990. No cardápio, comidinhas extravagantes e bebida à vontade.

Na pista de dança, ao som do ziriguidum, disputaram espaço a nata andreense, a turma do condomínio fechado e a elite decadente num desfile de vaidades e egos inflados. Quem não foi pode dizer que economizou tempo, dinheiro e até pecado, pois viu-se livre da soberba.

Em um esforço de cobertura nos moldes do consagrado Amaury Jr, uma jovem e talentosa repórter da TV local fez inserções ao vivo. Ela bem que tentou, mas os entrevistados nada tinham a oferecer de relevante. A maioria estava mais interessada em fazer propaganda de seus empreendimentos.

Somados, os vídeos da jornalista da “TV que ninguém vê” contabilizaram algumas dezenas de visualizações no Facebook. O fracasso de audiência está relacionado ao desprezo pela festa e pelos convidados. “Tenho mais o que fazer”, diria a trabalhadora que acorda cedo também aos sábados.

Já no final da festa, alegres após tantos goles, as sub-celebridades da província de Santo André gritaram e aplaudiram quando o locutor avisou: “Ano que vem tem mais!”.

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