Na sexta-feira, dia 11 de maio, o jornal Diário do Grande ABC, com sede em Santo André, completou 60 anos de circulação.
O tempo de vida do periódico é contado desde a primeira edição do semanário News Seller, lançado em 1958, embrião da atual empresa.
Apesar de não revelar os números exatos, o Diário também sofre com a queda nas vendas da versão impressa, o que coloca em dúvida seu futuro.
De acordo com o Instituto Verificador de Circulação (IVC), entre 2015 e 2017, os 11 principais jornais do país perderam milhares de assinantes (veja no quadro abaixo) e agora tentam se adequar e sobreviver no mundo digital.
As vendas nas bancas não representam mais uma parcela significativa da receita de jornais como o Diário do Grande ABC. São os anúncios oriundos de empresas públicas e prefeituras, ao custo de alguns milhares de reais mensais, que oferecem uma sobrevida à versão impressa.
O Diário não seria a primeira “vítima” regional do avanço do jornalismo digital. Em 2017, o ABCD Maior, vinculado ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, também anunciou o encerramento de suas atividades um ano após deixar o impresso de lado.
Redes sociais
Conhecido por se autodeclarar “o maior jornal regional do país”, curiosamente, o Diário do Grande ABC tem presença modesta nas redes sociais. No Facebook, por exemplo, não atinge 10% dos potenciais leitores da região que mantêm perfis naquela plataforma.
Os números são ainda mais insignificantes no Instagram e no Twitter, outras duas redes sociais que também contam com forte apelo entre os moradores de Santo André, São Bernardo e cidades vizinhas.
Dono preso
Além das questões envolvendo a queda do jornalismo impresso, pesa contra o futuro do Diário a prisão de seu dono, o empresário Ronan Maria Pinto, condenado a cinco anos de regime fechado por lavagem de dinheiro.
A apelação criminal foi julgada no último dia 26 de março, pelo TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), porém o resultado não foi o esperado pela defesa. A Justiça Federal acabou mantendo a condenação de Ronan.