A região do Grande ABC registrou um aumento de 61% no número de acidentes envolvendo animais peçonhentos, como serpentes, aranhas, lagartas, abelhas e escorpiões. No ano passado, Santo André, Diadema, Mauá e Ribeirão Pires totalizaram 190 ocorrências, uma média de 15 notificações por mês. Em 2022, esses municípios reportaram 118 casos, enquanto as demais cidades não divulgaram seus dados. Não houve óbitos confirmados nos períodos analisados.
Apenas no primeiro mês deste ano, foram oficializadas oito ocorrências na região, excluindo Ribeirão Pires. Em todo o Estado de São Paulo, 70.800 acidentes com animais peçonhentos foram registrados em 2023, resultando em 23 óbitos.
Segundo a Divisão de Zoonoses do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE), até 16 de janeiro deste ano, foram contabilizados 472 casos na região, sendo 317 relacionados a escorpiões e os demais envolvendo animais como aranha-marrom, aranha-armadeira e serpentes.
A médica veterinária do centro de vigilância, Gisele Freitas, aponta que o aumento de casos nesta época do ano, marcada por altas temperaturas e chuvas intensas, pode ser influenciado por fatores como urbanização, desmatamento, turismo ecológico e mudanças climáticas. Ela destaca que o aumento de detritos alimentares favorece a proliferação de roedores e baratas, contribuindo para a presença mais próxima de serpentes, escorpiões e aranhas em áreas habitadas.
Em casos de acidentes na região, as Prefeituras informam que o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) encaminhará as vítimas para a unidade de saúde mais próxima, podendo ser redirecionadas para serviços de referência, como o Hospital Vital Brasil na Capital e o HU em São Bernardo, em casos de escorpionismo.