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Ela nasceu em Santo André, venceu o câncer e passou no vestibular

Natalia Nascimento tem 18 anos, nasceu em Santo André e foi criada em São Mateus, na zona leste de São Paulo. Mas o que há de tão especial nela? A jovem descobriu um câncer ósseo em 2014, passou o ano de 2015 em tratamento e precisou adiar o sonho de cursar uma faculdade.

Após descobrir a doença, o sonho de entrar em uma universidade pública se tornou distante, Natália sempre estudou em escola pública e foi aprovada no vestibulinho da Etec (Escola Técnica Estadual) Sapopemba, mas em razão do tratamento, com sessões de quimioterapia e radioterapia para tratar o tumor na clavícula, os estudos precisaram ficar em segundo plano.

“Eu já tinha desistido de entrar em uma universidade pública. Enquanto a maioria dos meus colegas de classe estavam se preparando em cursinhos, eu só conseguia me preocupar em estudar para as disciplinas da escola”, contou a garota.

Depois de vencer a doença, Natalia retomou os estudos e foi aprovada em Terapia Ocupacional na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), a vaga foi conquistada por meio do Sisu (Sistema de Seleção Unificada), que seleciona alunos com base na nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). Hoje, a jovem guerreira cursa o segundo semestre do curso.

Mesmo achando que não tinha chances de conseguir uma boa nota, a estudante decidiu prestar o Enem. A intenção era apenas treinar. Mas Natalia foi surpreendida ao receber sua nota na redação – 800 pontos. Com sua média, conseguiu ser aprovada na Federal.

“Eu sempre tive muita fé em Deus, acredito que ele tenha me ajudado. Mas, em uma perspectiva mais cética, o pensamento positivo e a ideia de que tudo tem um tempo certo me trouxeram calma para fazer a prova. Eu sabia que teria a vida toda para tentar, não estava nervosa e pude dar o melhor de mim”, conta.

Depois de desafiar o vestibular e a doença, Natalia está curada e segue animada com a graduação. Seu objetivo é voltar para São Paulo e se especializar na área de ontologia ou saúde mental.

“Para mim, tem sido difícil estar longe de todos e fazer tudo por conta própria. Mas tem sido um recomeço. Sinto que já cresci muito e percebi que faz parte da vida se adaptar”, conclui a garota.

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